Foto do autor Orlando Paes Filho em Santa Catarina, 2016
Entrevista como o autor Orlando Paes Filho
Clara Neumann
Depois de muita
pesquisa e insistência, trago para este blog uma entrevista com o autor Orlando
Paes Filho, hoje um recluso em função do desenvolvimento e criaçnao de sua obra
literária. São mais de vinte livros escritos e publicados em 30 países, alguns
bem difíceis de se obter simpatia por autores brasileiros, tais como China e
Rússia.
O autor vive entre
São Paulo, Santa Catarina e São Francisco.
Em uma entrevista
exclusiva, gentilmente concedida pelo autor na cidade de Blumenau-SC, pude
fazer algumas perguntas que são dúvidas comuns de alguns leitores de suas
obras.
O autor me prometeu
outras entrevistas em breve.
Segue a primeira.
Por que o senhor se tornou um recluso?
Porque ou eu faço minha obra ou eu falo sobre ela.
Onde o senhor tem vivido esses últimos anos?
Entre São Paulo, Santa Catarina e São Francisco.
O que é Angus para o senhor?
É uma saga épica que começa no século V e vem até o século XXI.
Quantos anos o senhor levou para escrevê-la?
40 anos.
Porque tanto tempo dedicado a uma saga?
Porque os elementos históricos são complexos. Não se entende o mínimo
sobre As Cruzadas em menos de 30 anos de estudos diários.
E quem escreve sobre As Cruzadas em menos tempo? Muitos
autores o fazem.
São charlatães. Eles pregam o chavão tradicional de que As Cruzadas são
“do mal” e saem escrevendo para público inculto, gente imediatista em suas
opiniões e análises sob a égide de um controle educacional mundial com agenda própria.
Isso não é uma afirmação muito violenta?
As Cruzadas são guerras mundiais que duraram 300 anos. Tivemos num
período próximo de nós a Segunda Guerra Mundial que durou apenas 6 anos e se vê
o tamanho, a complexidade do problema.
Para analisá-la é preciso um estudo enorme, mesmo com a imprensa moderna
dando-nos cobertura.
E quanto aos historiadores que fazem críticas às Cruzadas,
acadêmicos renomados o fazem e condenam abertamente As Cruzadas.
São charlatães enamorados de suas alunas. Não possuem uma visão
verdadeira e honesta dos fatos.
O senhor não parece valorizar o mundo acadêmico como se faz
hoje o costume literário global.
Considero o homem enciclopédico (acadêmico), um repeteco constante dos
outros, de ideias vigentes na moda acadêmica e como eu disse antes com uma
agenda maçônica mundial. Não acho que são pesquisadores honestos, tampouco
sinceros na baixa profundidade de suas pesquisas e devoção cega ao sistema de
diplomas.
O senhor acredita então no estudo autodidata?
Sim.
Quanto às artes de suas obras, é perceptível uma forte
evolução. O que víamos nos livros anteriores, cerca de 2003, eram artes mais
voltadas para o universo dos comic books
e hoje o que eu vejo são pinturas riquíssimas à óleo.
Por isso me isolei para cuidar de minha obra por completo. Antes eu
possuía um time de ilustradores contratados para minha obra e eu atuava como
diretor de arte, nos mesmos moldes de uma propriedade de entretenimento
internacional como Batman, em que desenhistas são contratados para ilustrar
seguindo todos os policies da marca e respeitando a direção de arte pertinente
à marca. O que ocorria é que a maioria das ilustrações não saiam com o nível de
realismo desejado para personagem de viés histórico.
Nos EUA, a obra Angus, agenciada pela William Morris foi categorizada
como Épico Medieval. Então, tomei a decisão de ilustrá-la sozinho com pinturas
à óleo.
Tive contato com a obra Angus em inglês e percebo também uma
grande diferença, uma maior sofisticação em relação à versão em português
lançada no Brasil em 2003. Como se deu essa grande evolução em sua obra?
A obra lançada pela editora Siciliano em 2003 no Brasil teve de ser
escrita em 3 meses, devido aos prazos de lançamento. Percebia claramente
algumas falhas na história, alguns trechos corridos, falta de detalhes em
vários pontos e falta de profundidade em muitos personagens. Foi uma obra
escrita a toque de caixa e isso não se faz com um livro. Fui obrigado a seguir
a agenda da editora, do contrário o livro não seria lançado.
Passada essa fase, pude reescrever completamente a obra com calma e o
fiz diretamente em língua inglesa. O resultado foi um livro de meu agrado.
Oi, Orlando! Conheço seu trabalho desde Spirit of Amazon! Queria poder conversar com você!
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